08/03/2021

Poluição atmosférica influencia em casos de doenças renais, aponta estudo

Poluição atmosférica influencia em casos de doenças renais, aponta estudo


Estudos da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Amsterdã mostram que concentração de gases poluentes no rim pode promover envelhecimento mais rápido do órgão


De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um a cada dez adultos brasileiros sofre com a doença renal crônica, o que, para alguns especialistas, já pode ser considerado um cenário epidêmico. É no Brasil, portanto, que esse panorama se mostra especialmente preocupante. Com isso em mente, estudos da Faculdade de Medicina buscaram investigar as causas dessa preocupação e indicaram uma relação direta com a concentração de poluição.


A professora Lúcia da Conceição Andrade, da disciplina de Nefrologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, analisa que questões socioeconômicas de acesso à saúde e diagnóstico tardio podem explicar a maior incidência de casos de doença renal crônica no Brasil em comparação a outros países. “Essa incidência é maior que na Europa e a progressão é mais rápida. A evolução em anos para a perda total da função renal é mais rápida”, afirma em entrevista ao programa Jornal da USP no Ar 1ª edição.


A doença renal é causada principalmente por problemas de diabete e hipertensão, “mas, entre outras coisas, a poluição também parece ter influência. E é isso que nós vamos estudar, essa correlação”, explica a professora. Para isso, através de experimentos que envolveram um grupo de animais exposto à poluição, foi analisada a influência da emissão de carbono negro e monóxido de carbono – liberados pela poluição – no envelhecimento dos rins.


A conclusão foi a de que, como os rins possuem a função de concentrar substâncias presentes no nosso corpo, é natural que, ao reter gases poluentes derivados da poluição atmosférica, eles envelheçam mais rapidamente.


Os estudos estão sendo desenvolvidos juntamente com a Universidade de Amsterdã, o que possibilitou análises comparativas dos rins de pacientes expostos a ambientes mais e menos poluídos, como são Brasil e Holanda, respectivamente. “Aqui são pessoas que estão expostas todo dia à poluição, ou porque vivem em um ambiente mais poluído ou porque, para irem para o trabalho, pegam vários ônibus, ficando expostas, esperando”, comenta Lúcia.


Ouça e entrevista abaixo


 


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Noticia retirada do site do Jornal da USP

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