Segundo Edimar Bocchi, o medicamento já foi testado em quadros semelhantes e pode contribuir com o tratamento dos sintomas, que permanecem mesmo após a alta da covid-19
Mesmo depois de receberem alta da covid-19, algumas pessoas continuam com complicações em diversos órgãos e funções corporais e precisam de acompanhamento contínuo. Uma pesquisa sobre o uso de canabidiol medicinal nesses pacientes com covid longa está prestes a iniciar a fase 3, de testes em voluntários humanos.
Segundo o coordenador do estudo, Edimar Bocchi, professor da Pós-Graduação da Faculdade de Medicina (FM) da USP e cardiologista do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas, inicialmente o foco da pesquisa era pacientes com insuficiência cardíaca. “Com o estudo das propriedades dessa medicação, nós também tivemos interesse em testar em várias outras circunstâncias cardiológicas”, afirma Bocchi ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.
A pesquisa relacionada à covid longa está em fase de análise nas comissões de ética. O estudo avaliará a resposta do canabidiol na comparação com placebo em cerca de 300 pacientes ao longo de três meses. “Os pacientes selecionados terão que apresentar um comprometimento importante da qualidade de vida pelos sintomas pós-covid ou um comprometimento da capacidade de exercício.” A previsão é que os voluntários sejam selecionados a partir de novembro.
De acordo com o professor, o medicamento já foi testado com sucesso em outras condições que apresentam algumas semelhanças com a covid longa, como dor crônica e pós-câncer. Dessa forma, as expectativas dos pesquisadores para a eficácia do tratamento são altas.
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Noticia retirada do Jornal da USP