25/05/2022

Novo teste de Alzheimer pode funcionar como auxiliar no diagnóstico da doença

Segundo Vicente Forlenza, o teste seria usado em casos específicos para identificar, já através de um diagnóstico anterior, que pode haver a doença ou que ela está em seu início


 



Micróglia humana (células em marrom), células de apoio ao sistema nervoso - Foto: Reprodução/Nature Neuroscience

 


O Alzheimer é uma doença cerebral degenerativa que causa perda de memória e pode levar à morte. Nesse sentido, avanços em seu diagnóstico são necessários para tentar retardá-la com tratamentos, já que se trata de uma doença sem cura. Um novo teste de sangue foi criado e funciona de modo a reconhecer biomarcadores ligados à doença.


O professor Vicente Forlenza, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) e do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas, ambos da USP, explicou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição que esse novo teste “representa a possibilidade de, através de um exame de sangue, detectar algum elemento próprio da doença de Alzheimer, ou seja, indicando que o processo que causa a doença está presente”.


Porém, é necessário que a informação obtida, a partir de seu resultado, seja somada a um conjunto de outros dados laboratoriais para inferir se existe ou não a possibilidade de Alzheimer. Logo, não é recomendado fazer esse exame em pessoas assintomáticas e “para um rastreio sem outras informações”, o que é “uma conduta indevida”, ressalta Forlenza.


COMO PODE SER USADO O TESTE


O teste seria usado em casos específicos para identificar, já através de um diagnóstico anterior, que pode haver a doença ou que ela está no início. O especialista explica que a informação obtida a partir dos biomarcadores está no começo de ser incorporada ao diagnóstico avançado, pois ainda não se sabe seu comportamento nas diferentes populações. “Tudo isso ainda é desconhecido. Eu diria que é prematuro achar que é um teste que resolveu os nossos problemas. É importante, mas ele não pode trabalhar sozinho.”


O professor ressalta também que o único diagnóstico que detecta a presença do Alzheimer precisamente é feito após a morte, com a comprovação de lesões no cérebro — o chamado diagnóstico padrão ouro. “Em vida, clinicamente a gente consegue no máximo fazer uma formulação probabilística.”


Ouça a entrevista completa clicando aqui


Notícia retirada do site do Jornal da USP

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