24/07/2020

Nova terapia promove qualidade de vida a pacientes com Parkinson

Nova terapia promove qualidade de vida a pacientes com Parkinson


Aplicações feitas com o aparelho Vacum Laser amenizaram dores musculares e o desconforto causado pelos tremores provocados pela doença


Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP desenvolveram uma nova técnica para tratamento de pacientes com Parkinson. O novo protocolo, que combina laser e pressão negativa, permitiu trazer de volta mais qualidade de vida aos parkinsonianos, amenizando as dores musculares e o desconforto causado pelos tremores provocados pela doença neurológica.


Um dos pesquisadores envolvidos no projeto é o pós-graduando Antônio Aquino, orientando do professor Vanderlei Bagnato, do IFSC. A aplicação é feita por meio do Vacum Laser, um aparelho desenvolvido há três anos pelo Grupo de Óptica, do IFSC, e que até então era utilizado, principalmente, para procedimentos estéticos.


Mais recentemente, o Vacum Laser foi testado experimentalmente pelos pesquisadores para reabilitação física, explica Aquino ao Jornal da USP. O aparelho combina em uma única plataforma o vácuo (sucção) por ventosas que provocam pressão negativa no local em que está sendo aplicado e o laser de forma concomitante centralizado na ventosa.


A doença de Parkinson é degenerativa e progressiva, e atualmente não existe cura. Os cuidados médicos têm sido na linha paliativa dos sintomas que surgem no decorrer do tempo: tremores involuntários, lentidão dos movimentos, passos arrastados, rigidez e atrofia muscular. No dia a dia, aos poucos, as pessoas vão deixando de ter autonomia. Sentem muitas dores e deixam de realizar movimentos básicos como caminhar e levantar de uma cadeira, além de dificuldades em falar e ingerir alimentos.


Segundo o pesquisador, que é também coordenador da Unidade de Terapia Fotodinâmica do IFSC, não se trata da cura para a doença, mas um tratamento complementar que trouxe conforto e bem-estar aos pacientes.


Para chegar aos resultados, os pesquisadores acompanharam três grupos de parkinsonianos. O primeiro recebeu aplicações somente de laser; o segundo, aplicações de pressão negativa com ventosa; e o terceiro, as duas terapias associadas. Os pacientes do terceiro grupo obtiveram melhores resultados em seu estado de saúde.


As pessoas que foram tratadas com as aplicações combinando as duas terapias (laser e pressão negativa) tiveram redução acentuada das dores provocadas pele rigidez muscular e diminuição dos tremores involuntários.


“Após algumas sessões feitas por um profissional de fisioterapia, muitos deles resgataram a autonomia e voltaram a realizar atividades cotidianas e a se alimentar sem dificuldade”, relata o pesquisador ao Jornal da USP.


Em setembro, os pesquisadores começarão a fazer novas fases de testes com um número maior de pessoas, mas o protocolo já está liberado para uso.


O “laser é capaz de promover tanto a analgesia quanto ação anti-inflamatória, beneficiando o paciente que já está sob ação da pressão negativa, o que proporciona relaxamento por meio da sucção do músculo, de modo a realizar uma massagem sem que seja necessário pressionar a musculatura que já está em contínuo estresse”, explica o pesquisador ao Jornal da USP.


Aquino lembra que o tratamento deve ser associativo, ou seja, o paciente deve continuar com o acompanhamento convencional com o neurologista, a especialidade médica indicada para fazer o diagnóstico, e traçar uma conduta de tratamento para a doença. O novo protocolo de tratamento foi desenvolvido por pesquisadores do IFSC em parceria com o Centro Universitário Central Paulista (Unicep) e a Univesidade Martin Luther-Halle (Alemanha). Artigo sobre o tema saiu publicado na revista Journal of Alzheimers Disease & Parkinsonism Can the Associated Use of Negative Pressure and Laser Therapy Be A New and Efficient Treatment for Parkinson’s Pain? A Comparative Study.


 


Noticia retirada do site do Jornal da USP

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