03/02/2020

CRM-MT e parceiros mobilizam sociedade para debater gravidez na adolescência

CRM-MT e parceiros mobilizam sociedade para debater gravidez na adolescência


 


O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) deu inicio nesta semana a uma mobilização que visa alertar a sociedade sobre os altos índices da taxa de gravidez entre adolescentes na América Latina.


Durante os meses de fevereiro e março serão realizadas reuniões e workshop para debater o assunto. A mobilização tem o objetivo de engajar, sensibilizar e fortalecer a atuação dos pediatras e hebiatras – especialistas responsáveis pela assistência à saúde dos adolescentes.


As atividades são alusivas a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, instituída pela Lei nº 13.798, sancionada em 03 de janeiro de 2019.


A presidente do CRM, Dra. Hildenete Monteiro Fortes, se reuniu nesta semana com a representante das Sociedades Brasileira e Mato-grossense de Pediatria (Somape/SBP), Dra. Alda Elizabeth B. Iglesias Azevedo; Benedita Ponce, subsecretária de Educação de Várzea Grande; Gonçalina Rondon, da Superintendência Pedagógica de Várzea Grande; Sarah Araújo Moreira, representante da Liga Acadêmica de Pediatria (Laped/UFMT); e outros voluntários.


Na ocasião, foi definida a realização de três eventos onde será apresentada uma série de informações relevantes, como dados estatísticos, alertas sobre os riscos da gravidez precoce e detalhes da Lei nº 13.798/2019.


PROGRAMAÇÃO


No dia 27 de Fevereiro será realizada uma reunião ampliada com representantes das faculdades de medicina de Mato Grosso, ligas acadêmicas, conselheiros tutelares e sociedade cientifica. Na pauta estarão os altos índices da gravidez na adolescência. O evento será no auditório do CRM-MT, a partir das 14h.


Já no dia 21 de Março haverá o encontro de alunos adolescentes da rede municipal de educação de Cuiabá e Várzea Grande para uma roda de conversa. A ideia é montar propostas de prevenção sob o olhar deles. Serão realizadas intervenções científicas e dinâmicas em grupos. O workshop será realizado no auditório do CRM-MT, a partir das 8h.


E para o dia 31 de Março, a proposta é realizar uma palestra científica para pediatras, acadêmicos, ginecologistas, professores da área de saúde e enfermeiros. O palestrante será o conselheiro federal do Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr. Iran Galo. O evento será no auditório do CRM-MT, a partir das 20h.


PANORAMA


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), na América Latina e no Caribe a taxa de gravidez entre adolescentes é a segunda mais alta do mundo – ficando atrás somente da África Subsaariana. Anualmente, ocorrem em média 66 nascimentos para cada mil meninas com idade entre 15 e 19 anos, enquanto o índice mundial é de 46 nascimentos.


Segundo os dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivo (Sinasc), do Ministério da Saúde, o percentual de gravidez na adolescência teve uma queda de 17% no Brasil em 2015.


Em números absolutos, a redução foi de 661.290 nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos em 2004 para 546.529 em 2015. No entanto, apesar dos avanços, o número ainda é considerado grande, representando cerca de 20% do total de nascidos vivos no País.


A pobreza, a falta de acesso à informação e a métodos contraceptivos são os principais fatores que contribuem para a manutenção deste quadro. “As meninas mais pobres têm cinco vezes mais chances de engravidar do que as mais ricas. Se a família, a escola e o Estado falham no dever de garantir a proteção integral das crianças e dos adolescentes, esse problema tende a se repetir”, pontua a Dra. Alda Elizabeth.


RISCOS


Além do aspecto social envolvido, a gravidez na adolescência está associada a uma série de riscos à saúde da mulher e do bebê. Elevação da pressão arterial e crises convulsivas (eclampsia e pré-eclâmpsia) são alguns dos problemas de saúde que podem acometer a jovem grávida. Dentre os agravos mais comuns no bebê, estão a prematuridade e o baixo peso ao nascer.


“O índice de mortalidade entre os filhos de mães adolescentes é muito alto. Cerca de 20% da mortalidade infantil no Brasil decorre do óbito precoce dessa faixa”, destaca a Dra. Evelyn Eisenstein, membro do DC de Adolescência da SBP. Além disso, a especialista diz que a adolescente em gestação geralmente tem suas atividades escolares interrompidas, “característica que contribui ainda mais para a vulnerabilidade social da mãe e do bebê, que dependerão da tutela ostensiva de sua família para sua sobrevivência”.


 


Noticia retirada do site do Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso

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