COVID-19: Médico pode informar falta de EPIs e falhas na infraestrutura de atendimento
Médicos que atuam em unidades de saúde (postos, UPAs, prontos-socorros e hospitais, entre outros) que oferecem assistência a casos confirmados e suspeitos de COVID-19 poderão informar falhas na infraestrutura de trabalho oferecida por gestores (públicos e privados) aos Conselhos de Medicina de todo o País. Nesta segunda-feira (30), entra em operação uma plataforma online na qual o profissional poderá comunicar a situação que encontrou em seu local de trabalho.
CLIQUE AQUI E ACESSE A PLATAFORMA CRIADA PELO CFM
A ferramenta foi desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que a disponibilizou em seu site. Após acessar a plataforma, o médico deverá preencher alguns dados básicos de identificação (número do CRM, CPF e Estado onde mora). Superada essa etapa, ele terá acesso a um questionário simplificado que lhe permitirá indicar, de modo objetivo, as carências que encontra e que dificultam sua atuação no atendimento de casos suspeitos e confirmados de COVID-19.
"A plataforma é um dos instrumentos para ajudar os médicos e os outros profissionais da saúde a contarem com o apoio que precisam nesse momento. Estamos diante de uma das maiores ameaças já vivenciadas pelos sistemas de saúde do mundo, com risco real de sequelas e mortes na população. Nesse processo, as equipes médicas são essenciais. Devemos cuidar para que possam ter condições e a proteção para fazer o seu trabalho", afirmou o 1º secretário do CFM, Hideraldo Cabeça, um dos que ajudou a formular esse espaço de interação.
Plataforma - Entre os itens relacionados na plataforma estão os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), considerados fundamentais para que as atividades aconteçam de modo adequado nas unidades que acolhem os pacientes contaminados pelo coronavírus. Esse kit básico de proteção, ao qual todos os médicos e demais profissionais da linha de frente deveriam ter acesso, é essencial para garantir o bem estar dos profissionais, evitando que se contaminem, adoeçam e corram risco de vida.
Integram a lista de EPIs obrigatórios para o enfrentamento de epidemias, como a COVID-19, máscaras e luvas (de diferentes tipos), avental, gorro, óculos e protetor facial, conforme determinam as autoridades sanitárias, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outros insumos essenciais nessas situações, pois permitam a higienização e desinfecção adequadas, são sabão e sabonete líquidos, álcool em gel à 70%, papel toalha, lenços descartáveis, entre outros.
O médico que acessar a plataforma do CFM poderá relatar as carências que encontrou em sua unidade desses itens e de outros que são importantes, de acordo com o porte da unidade. Também há espaço para indicar problemas como falta de leitos (de internação e de UTI), dificuldade de acesso a exames (de imagem e laboratoriais), deficiências na triagem, carência de profissionais nas equipes e até de pessoal de apoio.
Formulários - Os relatos recebidos, após preenchimento dos formulários, serão automaticamente direcionados pelo CFM aos Departamentos de Fiscalização dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) das unidades indicadas pelos denunciantes. Com base nessas informações, os CRMs tentarão solucionar os problemas junto aos gestores locais e poderão realizar fiscalizações.
Para o 3º vice-presidente do CFM e diretor do Departamento de Fiscalização do CFM, Emmanuel Fortes, "oferecer essa infraestrutura é de responsabilidade de gestores (públicos e privados) e é importante monitorar se esse papel vem sendo cumprido". Fortes lembra ainda que o CFM é um órgão que possui atribuições constitucionais de fiscalização e busca "proteger a sociedade de equívocos da assistência decorrentes da precarização do sistema de saúde".
"Os Conselhos de Medicina estão ao lado da população, dos médicos e das equipes que atuam na linha de frente. Os gestores – em todos as esferas – devem estar comprometidos com a proteção desses profissionais. Eles precisam contar com EPIs e de infraestrutura adequada para continuar a salvar vidas", concluiu o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro.
Notícia retirada do site do Conselho Federal de Medicina