13/04/2022

Cerca de 1 milhão de brasileiros sofre de vitiligo, que tem tratamento e cura possível

A dermatologista Maria Cecília Rivitti Machado comenta dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia sobre uma doença que é autoimune e que tem no tratamento e no diagnóstico precoce fatores essenciais para a recuperação


 



O vitiligo pode se apresentar de duas formas: segmentar ou vulgar – Foto: Flickr

Manchas com ausência total de coloração da pele. Essa é uma das principais características do vitiligo, doença que atinge mais de 1 milhão de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Uma estimativa da Fundação Internacional de Pesquisa em Vitiligo mostra que o número de pessoas no mundo com a doença fica entre 65 milhões a 95 milhões, atingindo em média de 0,5% a 2% da população. Quem tem a doença pode ter uma vida normal, diz a médica dermatologista Maria Cecília Rivitti Machado, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Qualquer pessoa pode ter a lesão, que costuma surgir durante a infância ou juventude. “Ele ocorre em pessoas que têm uma predisposição genética, além de diversos fatores que podem contribuir para o aparecimento do problema. O vitiligo ocorre quando há um ataque imunológico aos melanócitos, que são as células produtoras da cor. Seu portador também pode apresentar outras doenças autoimunes, como o hipotireoidismo.”


SEGMENTAR OU VULGAR


O vitiligo pode se apresentar de duas formas: segmentar ou vulgar, diz a dermatologista. No primeiro caso, há o comprometimento de um lado do corpo, já o vulgar atinge as extremidades em locais onde há maior atrito da pele com os objetos, como os tornozelos, cotovelos e a face. Maria Cecília lembra que, por ser assintomática, “é necessário mais cuidados, evitando traumatismo e lesões, porque podem ocorrer novos machucados. Também se deve prestar atenção à exposição ao sol, já que a pele é desprovida de pigmentação”.


A moléstia tem tratamento e a cura é possível. Para isso, é necessário um diagnóstico e o tratamento precoce. Manchas brancas, com perda da cor, são um sinal de alerta. A melhor forma de confirmar as suspeitas se você é ou não portador da doença é consultando um dermatologista. O uso de maquiagem para tornar o tom da pele mais uniforme é uma alternativa para quem se sente incomodado com as manchas. O tratamento para conter ou reverter esse quadro é feito com medicamentos e banhos de luz ou fototerapia, que não é câmara de bronzeamento, destaca a dermatologista. É uma aparelhagem específica para uso médico. As palmas das mãos, planta dos pés e lábios não permitem a repigmentação por não possuírem folículos pilosos.


Ouça a entrevista completa clicando aqui


Noticia retirada do site do Jornal da USP

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