De acordo com Marcos Demange, ao avaliar a população na terceira idade como um todo, após os 70 anos, foi verificado que mais de um terço ou até metade das pessoas têm algum grau de artrose do joelho relevante
Os portadores da doença sofrem com muita dor, o que dificulta os movimentos – Foto: Freepik / Divulgação
A população brasileira irá apresentar um envelhecimento constante e acelerado nos próximos anos, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Consequentemente, o corpo, muitas vezes, sente o “peso da idade”, podendo apresentar problemas. A artrose é um deles. Por causar muitas dores nas articulações, dificulta as atividades do dia a dia. Devemos lembrar que nossas pernas e pés, e mais especificamente os joelhos, suportam todo peso do nosso corpo, processo que pode provocar desgaste nas articulações. Mas não é somente nesses casos que a artrose pode surgir.
Marcos Demange, ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que “a dor surge porque a cartilagem começa a diminuir e há o contato de um osso com o outro. Isso pode ocorrer por uma lesão, torção, fratura, sobrecarga pela vida toda com muita atividade física intensa, sobrepeso ou situações que sobrecarregam demais as articulações ou um fator genético associado”. O especialista lembra que o joelho é uma articulação de carga que funciona como uma região de absorção de impacto entre os pés e o tronco. Ele destaca que, ao avaliar a população na terceira idade como um todo, após os 70 anos, foi verificado que “mais de um terço ou até metade das pessoas têm algum grau de artrose do joelho relevante”.
DOR
A dor surge porque a cartilagem começa a diminuir e há o contato de um osso com o outro
Os portadores da doença sofrem com muita dor, o que dificulta os movimentos, e pode ocorrer uma modificação do eixo do membro, é como se o joelho entortasse. Mas um tratamento amplo e múltiplo pode resolver ou minimizar esse mal-estar. Reduzir o peso, impactos excessivos, aumentar a força muscular do joelho, o uso de medicamentos para reduzir a dor, infiltrações articulares e técnicas de tratamento em fases iniciais são alguns métodos utilizados para lidar com o problema. Em casos mais graves, a solução é a cirurgia, chamada artroplastia. No Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde) realiza a cirurgia, assim como o sistema privado e a medicina de saúde suplementar. A artroplastia consiste na colocação de um revestimento novo do joelho, uma prótese que tira a dor, devolvendo a mobilidade e a estabilidade. Os riscos são os mesmos de qualquer outra cirurgia, além da rejeição do implante, que, após o tratamento, pode ser trocado para a colocação de um novo.
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Notícia retirada do site do Jornal da USP